Oacordo assinado recentemente, com duração de 12 anos, terá início a partir de Fevereiro de 2025 com a chegada do primeiro avião do lote de Boeing 787-9 e 787-10, segundo um comunicado da TAAG.
Os aviões vão beneficiar do suporte total de componentes da empresa alemã especialista em manutenção, reparação e revisão, apoiando adicionalmente o Programa de Inspecção de Produção de Aeronaves, abrangendo além dos novos Boeing 787 a frota de Airbus 220 que a companhia está a formar.
A nota sublinha que este suporte vai permitir à TAAG Linhas Aéreas de Angola aceder ao vasto leque de peças sobressalentes da Lufthansa Technik, aumentando a disponibilidade de componentes, suporte AOG (Aircraft On Gronud), bem como diversos trabalhos de logística e fornecimento de peças.
“A estreita cooperação entre as duas empresas vai maximizar a eficiência das operações técnicas da TAAG”, refere o documento, acrescentando que os especialistas da Lufthansa Technik vão igualmente assegurar a qualidade dos activos mais modernos da companhia angolana, antes da entrega das aeronaves.
O acordo prevê ainda a supervisão de todo o processo de produção directamente no local de fabrico das aeronaves até a aceitação da aeronave, um serviço que será prestado tanto para a frota Boeing 787 como para os novos Airbus A220 da TAAG, cujo primeiro equipamento foi recebido em Setembro passado.
“Com dois tipos de aeronaves modernas a integrarem a nossa frota quase ao mesmo tempo, estamos satisfeitos por podermos contar com a reconhecida experiência em engenharia e a vasta capacidade técnica que os especialistas da Lufthansa Technik oferecem”, afirma Nelson de Oliveira, CEO da TAAG, citado na nota.
Nelson de Oliveira destacou ainda que com o forte suporte dos novos parceiros, é aguardada “com expectativa uma rápida operacionalização das operações com os novos 787 e A220”.
Recorde-se que, há um ano, o Governo decidiu mudar a gestão da companhia aérea TAAG, escolhendo António dos Santos Domingos para presidente do Conselho de Administração e Nelson de Oliveira, que regressou à “casa” onde trabalhou 38 anos, para presidente executivo.
A alteração foi formalizada no dia 5 de Dezembro de 2023 numa assembleia geral extraordinária da companhia, que tem como accionistas o Instituto de Activos e Participações do Estado (50%), a Empresa Nacional de Navegação Aérea (40%) e o Fundo Social dos Funcionários e Trabalhadores do Sector dos Transportes.(10%).
Na altura, segundo um comunicado do Ministério dos Transportes (Mintrans), a tutela realizou “um extenso e criterioso processo de procura e de selecção”, para escolher os novos gestores, com vista a “responder à necessidade de um maior e mais robusto alinhamento do processo de recuperação da companhia aérea iniciado em 2021”.
A transportadora angolana era gerida pelo espanhol Eduardo Soria, que assumiu o cargo de presidente executivo em Outubro de 2021, tendo Ana Major a presidir ao Conselho de Administração.
Os dois últimos anos foram marcados por conflitualidade laboral na empresa, que atravessa um período de reestruturação e um acumular de queixas dos passageiros, descontentes com os frequentes atrasos e cancelamentos de voos da companhia.
Mas também pelo regresso aos lucros, com a TAAG a registar um resultado líquido de 460,1 milhões de kwanzas (cerca de 900 mil euros ao câmbio da altura), em 2022, após anos de prejuízos, reforço e abertura de novas rotas e aquisição de aeronaves.
O Governo angolano quer privatizar a TAAG, mas não se compromete com datas.
Segundo o Mintrans, Santos Domingos construiu a sua carreira ao longo de mais de 30 anos com passagem pela liderança de empresas como a Sonangol, Sonair, Helimalongo, Sonagesa, Banco Caixa Angola, Sonagás e Banco de Desenvolvimento de Angola.
Nelson de Oliveira, que desempenhava funções na Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), voltou à TAAG, onde ao longo de 38 anos desempenhou várias funções técnicas, evoluindo continuamente na sua carreira para funções seniores de direcção na componente da manutenção e engenharias.
Juntou-se à equipa, como administrador não-executivo, Miguel Carneiro, que desempenhava as funções de consultor do gabinete do ministro dos Transportes.
Os restantes administradores mantiveram-se em funções: Misayely Celestino Isaac Abias, Iuri Miguel Guerra Neto, como administradores não-executivos, e João Miguel da Gama Lobo Semedo, Sais Daalaoui, Maria Manuela Resende da Costa Pardal, Nowel R. Nagala, Custódia Gabriela Pereira Bastos e Susana Ramos, como administradores executivos.