Home ÁFRICA Mediação angolana no conflito na RDC em perigo após ataque do M23

Mediação angolana no conflito na RDC em perigo após ataque do M23

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O processo de mediação de Angola na guerra na República Democrática do Congo atravessa uma nova crise depois do governo angolano ter acusado o movimento rebelde M23 do Congo Democrático de pôr em perigo essa iniciativa ao ocupar uma localidade no leste do país.

Num comunicado, o Ministério das Relações Exteriores de Angola disse ter “tomado conhecimento com preocupação” da ocupação da localidade de Kalembe na província do Kivu Norte no domingo o que “representa uma violação flagrante” de acordos já alcançados inclusive de um cessar-fogo que entrou em vigor no início do passado mês de Agosto.

No comunicado, o ministério angolano “repudia e condena vigorosamente este acto hostil que coloca em risco os esforços em curso para a procura de uma solução duradoura ao conflito no leste da RDC”.

A ocupação daquela vila pelo M23 apoiado pelo Ruanda reflete as grande dificuldades que Angola enfrenta em tentar reconciliar as partes envolvidas no conflito e surge numa altura em que se aguarda para os próximos dias uma reunião de peritos do Congo Democrático e do Ruanda para se tentar resolver questões em disputa.

Reunião Ministerial entre a República Democrática do Congo e a República do Ruanda, mediada pela República de Angola, com a ministra da Rep. Dem. do Congo, Thérèse Wagner e o ministro do Rwanda, Olivier Nduhungirehe

Ness reunião, prevista para o final deste mês, Angola deveria apresentar um plano concreto para a contenção de grupos armados que operam na República Democrática do Congo (RDC).

Meios de informação ruandeses disseram que o plano deverá fornecer detalhes para aquilo que é descrito como “um conceito de operações para as atividades contidas no plano harmonizado para a neutralização das Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), bem como outras ações para todas as partes lidarem com as preocupações mútuas”.

Anteriormente o governo ruandês tinha acusado o Congo Democrático de obstruir o processo de paz angolano ao rejeitar um plano para a neutralização daquele grupo rebelde ruandês.

Sabe se que em 30 de Julho os chefes dos serviços de inteligência dos dois países, sob mediação angolana, tinham acordado na neutralização da FDLR, a retirada de tropas ruandesas da RDC e o possível envolvimento de forças do Ruanda nas operações para a neutralização da FDLR.

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