Diferentes segmentos da sociedade acreditam que os números apresentados que dão uma vitória significativa a Justino Capapinha em relação a Adilson Hach, no processo de aprovação dos candidatos a primeiro secretário nacional da JMPLA, visa transmitir a ideia de que o rebento do antigo governador de Luanda e de Cuanza Sul, é a preferência da maioria dos militantes.
O Comité Nacional da JMPLA, a agremiação juvenil do MPLA, partido no poder, aprovou, no início desta semana, no quadro do seu IX Congresso Ordinário, os candidatos ao cargo de primeiro secretário Nacional.
Diferente de outras organizações políticas juvenis em que se aceita todas as pretensões para se concorrer, na JMPLA, permitiu-se apenas a candidatura de dois pretendentes. Ou seja, no início do processo ninguém foi coartado de apresentar candidatura, mas as listas aprovadas, após as chumbadas por não reunirem os requisitos, foram submetidas a voto dos membros do Comité Nacional, de onde apenas duas pessoas foram escolhidas para concorrer ao tão suculento cargo.
Ao todo, três candidaturas foram aceites, nomeadamente as de Adilson Hach, Justino Capapinha e a de Lúther Afonso. A seguir a este passo, as candidaturas foram submetidas à votação ao Comité Nacional, visando a escolha de apenas duas candidaturas que deverão concorrer ao cargo, no conclave aprazado para os dias 21, 22 e 23 de Novembro deste ano.
Participaram do processo de votação para a escolha das candidaturas um total de 202 membros do Comité Nacional.
De acordo com os dados saídos do escrutínio interno, Lúther Afonso obteve 99 votos; Adilson Hach teve 128 votos; e Justino Capapinha obteve 172 votos. Entretanto, como se pode ver, os resultados combinados de todos os candidatos ultrapassam o número de votantes, dado que participaram do processo 202 pessoas, mas os candidatos obtiveram juntos 399 votos.
O facto acaba por pôr em causa todo o processo democrático, e a gerar imensas suspeições. Fontes internas da organização contam que, durante o processo, foi entregue a cada membro do Comité Nacional da JMPLA um boletim de voto com os rostos dos três pretendentes a primeiro secretário Nacional da organização.
Os membros do Comité Nacional tiveram de escolher dois dos três nomes então constantes no boletim, e não votar em cada um dos pretendentes. Portanto, ainda está por se esclarecer o recurso matemático e/ou a operação que a organização usou para num universo de 202 membros, haver 399 votos.
Para alguns observadores, independentemente da operação utilizada para se chegar aos números apresentados, o modo como os dados foram expostos indicia haver uma pretensão de se transmitir a ideia de que Justino Capapinha, rebento do antigo governador de Luanda e de Cuanza Sul, Job Capapinha, seja a preferência da maioria dos militantes.
A estratégia, observam, também serviria para influenciar os delegados ao congresso da JMPLA a depositarem o seu voto maioritariamente ao jovem Capapinha. Continua…