Angola foi responsável por 9 por cento dos diamantes comercializados no mundo pelos países inseridos no Processo Kimberley, no exercício económico 2024, indica o relatório de Balanço das Acções de Perspectivas do Plano de Desenvolvimento do Sector 2023/2024 da Comissão Nacional daquele mecanismo internacional (CNPK).
De acordo com o relatório, no mesmo período, foram vendidos 9.754.309,81 quilates, avaliados em 1,5 mil milhões de dólares, uma média de 157,06 dólares por quilate. Os dados da CNPK dão conta que no período em referência a produção mundial total foi de 111.522.755,27 quilates, equivalente a 12,7 mil milhões de dólares, o que perfaz uma média de 114,10 dólares por quilate.
As estatísticas revelam que a Federação Russa foi o maior produtor, com uma safra de 37.316 754,45 quilates, correspondente a 33 por cento, com receitas na ordem dos 3.606.402.127,70 dólares (28 por cento), uma média de 96,64 dólares por quilate comercializado, seguido do Botswana, que vendeu um total de 25.094.818,00 quilates (23 por cento,) tendo obtido receitas avaliadas em 3.283.178.851,00 dólares (26%) , na razão de 130,83 dólares por quilate.
O Canadá comercializou 15.980.776,43 quilates (14%) e obteve receitas estimadas em 1.549.505.946,58 (12%), cuja média rondou os 96,96 dólares por quilate.A Namíbia ocupou a quinta posição, em virtude dos 2.385.157,38 quilates vendidos(2%), por meio dos quais arrecadou para a economia montantes equivalentes a 1.233.962 611,80 (10% ) na razão de 517,35 dólares por quilate.
O destaque recai ainda para a África do Sul, cujas vendas se cifram em 5.891.885,00 quilates (5%), com receitas brutas avaliadas em 793.950.820,00 dólares (6%) num rácio de 134,75 dólares por quilate, ao passo que o Zimbabwe, Lesotho, Serra Leoa a República Democrática do Congo também constam da lista dos produtores mais expressivos.
Presidência rotativa
A revisão do Decreto Presidencial no 56/03, sobre a implementação do Sistema de Certificação do processo Kimberley (SCPK) no país, Resolução número 3/03 sobre o CPK, bem como o Decreto Executivo no 462/15, sobre o Regulamento Interno da CNPK, a decorrer até Dezembro de 2025, constituem premissas da pretensão de Angola assumir a presidência rotativa do Sistema de Certificação do Processo Kimberley.
Angola pretendia apresentar a candidatura até ao final de 2026, mas tal desejo não foi possível devido a constrangimentos derivados da candidatura avançada pela República da Bielorrússia desde 2022, num processo que culminou com a aceitação, na última plenária, tendo o Reino de Tailândia como vice-presidente em 2025, passando a assumir a presidência em 2026.
O Sistema Internacional de certificação do Processo de Kimberley é o órgão de certificação de origem dos diamantes brutos, criado através da resolução 55/56 de 2000, da Assembleia Geral das Nações Unidas, no sentido de garantir que os diamantes brutos comercializados no mercado internacional sejam provenientes de zonas livres de conflitos.