Aumento de criminalidade, fumadores de estupefacientes vulgo “Liamba” a céu aberto, roubo de motorizadas, roubo a mão armada, bem como insegurança na via publicas, sob atuação impávida do Comandante Municipal do Cazenga, que vê na 10 Esquadra o conforto do aposento, foram algumas realidades retratadas durante o mês de dezembro pelo Jornalista do Portal O Flagrante, agora constituído arguido.
O jornalista Domingos Figueiredo, foi notificado via telefônica a comparecer e responder na passada sexta-feira, 07, a um interrogatório do Serviço de Investigação Criminal (SIC) geral em Luanda, sob processo movido pelo Comandante Municipal da Polícia do Cazenga.
Domigos, confirmou ao Portal Informante , que o processo de intimidação surge por conta de uma matéria jornalística, que segundo, “retrata a actual realidade social” do Município do Cazenga.
Em causa está uma matéria publicada no seu portal “O Flagrante”, a 31 de Dezembro de 2024, com o título “Segurança Pública: Camandante ‘Didi’ invisível no município do Cazenga”.
Já na Direcção de Combate ao Crime Organizado, na sede do SIC-Geral, Domingos Figueiredo ficou a saber que a queixa crime foi movida pelo comandante municipal da Polícia Nacional no Cazenga, em função da matéria publicada no último dia de 2024.
Domingos Figueiredo disse ainda ao Correio da Kianda, que na sala do interrogatório, pediram apenas para comentar sobre a matéria, depois de recolhido os seus dados pessoais e profissionais.
“Comentei que o texto retrata a real vivência dos munícipes do Cazenga, que se deparam com várias situações relacionadas a segurança pública, desde a falta de patrulhamento de proximidade e a falta da relação entre polícia e cidadão, males que têm originado em outras práticas, como os assaltos constantes e mortes, com as lutas de wowo”, narrou. Acrescentou ainda que o queixoso o terá acusado de o “querer deixar cair”.

De acordo com o Jornalista, o texto fotográfa o quadro real da segurança pública a nível do município do Cazenga, tanto é que os moradores de várias zonas clamam por patrulhamento de proximidade a interacção da Polícia e Cidadão.
“O texto fala também do consumo de liamba a céu aberto, uma realidade conhecida por quem frequenta o município, certamente que a polícia sabe verdadeiramente da situação, porém, fomos mal interpretado, o que resultou numa queixa crime”, disse.
Para Domingos Figueiredo, o acto de ser chamado a depôr no SIC-Geral, por conta de uma matéria jornalística por si publicada no seu portal de notícias, representa uma tentativa de intimidação, o que na sua perspectiva “contraria o imperativo constitucional no qual todos devemos obediência, como estabelece o n.º 01 do Artigo 44.º da Constituição da República de Angola, sobre a Liberdade de imprensa”.
Há mais de seis meses em funções, o actual Delegado do MININT e Comandante Municipal da Polícia Nacional no Cazenga, Superintendente-chefe Adão Correia Sebastião “Didi”, está ‘invisível’ a nível de actuação policial. isto é um facto consumado.
Cazenga continua com o nível de insegurança elevado, principalmente nalguns bairros, que não se beneficiam do patrulhamento de proximidade, quer apeado ou com meio rolantes, com destaque para os distritos do Kima-Kieza, Kalawenda e 11 de Novembro.
O então Comandante da Quiçama, parece comandar a distância o município, as lutas de grupos rivais continuam a gerar vítimas, sobre silêncio sereno da Polícia Nacional.
O consumo de liamba, hoje é feito em céu aberto, é outra preocupação, só para exemplificar o mercado das peças do Asa Branca, também conhecido por mercado da Emissora, ali, parece já parece normal o consumo da liamba, sobre fornecimento de um cidadão identificado por Quadradinho, conhecido pela polícia, pelo facto de reiterada vezes ser detido.
Recentemente noticiamos a morte do 3º Subchefe, um agente do Departamento de Trânsito e Segurança Rodoviária, vítima de disparo de arma de fogo, protagonizados por marginais, enquanto trabalhava, no entreposto aduaneiro, no município do Cazenga.
Outro caso, foi a morte do 1º Subchefe da Direcção Nacional de Investigação de Ilícitos Penais, João Inácio Vaz Contreira, vítima de disparos no passado dia 29 de Novembro, supostamente efectuados por efectivos do SIC, da Esquadra da Antenov, no município do Cazenga.